To Blog or not to Blog?

Eu sempre quis ter um blog pra poder escrever tudo o que eu penso, tendo isso alguma importância para o resto da sociedade ou não. Mas eu acho que deve ser de interesse de todos saber tudo o que passa na minha mente privilegiada, por isso me dedico a este pequeno, porém significativo esforço. Num blog eu posso me mostrar como uma pessoa divertida e consciente, com o pensamento articulado, com insights originais, utilíssimos para aclarar as mentes dos visitantes desse endereço internético que é uma vitrine da minha alma, extensão do meu raciocínio e espaço nobre para me expressar. É uma pena a internet não existir desde a origem dos tempos, pois assim as grandes personalidades teriam esta chance de se comunicar com toda a humanidade através de seus Blogs. Eu gostaria muito de ter acompanhado as postagens de Sófocles e de da Vinci. O rumo da história teria sido outro se tivéssemos acesso ao blog de pensadores e filósofos que foram citados por outrem, como Sócrates e Cristo, assim não teríamos que basear-nos no que disseram Platão e os Evangelistas e sim saberíamos exatamente o que os Caras pensavam na versão original, sem cortes ou remake. Por isso todos os grandes intelectuais de hoje têm seus blogs. Quem aqui não lê diariamente os escritos dos blogs de Umberto Eco e de Roland Barthes? Ontem o Gerald Thomas deixou uma receita de muqueca deliciosa. E a foto do cachorrinho do Saramago não é linda? Deus deu ao homem o recurso da fala, que o levou a comunicar-se de maneira muito mais completa que os outros seres, o que o fez inteligente a ponto de ser capaz de criar esse mundo virtual pelo qual nos comunicamos com o mundo inteiro com simples cliques. Por isso eu me sento aqui para escrever essas maravilhas essenciais para a história da humanidade e quando eu acabar minha última frase vou ali dar um beijo no reflexo do meu espelho e refletir sobre quantas pessoas vão vibrar com as coisas que eu pensei. Afinal, pensar é importante e, como diria Descartes, “Posto, logo, existo”.